HISTÓRIA

Esta seção contém textos e fotos com informações históricas-culturais sobre a cidade.
Aqui você também encontrará dados sobre o Patrimônio Histórico, tudo recheado com muitas fotos.

HISTÓRIA DO ESTADO DO PARÁ

Situado no norte do Brasil, predomina no estado o clima quente e úmido, típico das regiões equatoriais.

Dos colonizadores portugueses ficou como herança a mais importante festa religiosa do estado. Todo mês de outubro, mais de 1,5 milhão de pessoas participam da procissão do Círio de Nazaré. A devoção a Nossa Senhora de Nazaré, introduzida pelos jesuítas, foi reforçada por uma lenda segundo a qual uma imagem milagrosa da santa teria sido encontrada onde hoje está a Basílica de Nazaré.

Ao redor da ilha de Marajó acontece o encontro do Rio Amazonas com o Oceano Atlântico. O Rio Tocantins, que desemboca no oeste da ilha, alimenta as turbinas da Hidrelétrica de Tucuruí, usina que fornece energia para a extração de minério de ferro da Serra do Carajás. Além de enormes jazidas de ferro, o estado possui também reservas de cobre, manganês, bauxita e ouro.

O Pará começa a ser efetivamente colonizado com a fundação do Forte do Presépio, em 1616, na Baía de Guajará, junto à Ilha de Marajó. Do primitivo forte, construído para a defesa da região contra os franceses, ingleses e holandeses, nasceu a cidade de Belém, sede da capitania do Grão-Pará. A capitania inclui por muito tempo toda a Região Amazônica e, por ser mais próxima de Lisboa do que do Rio de Janeiro, mantém relação direta com a metrópole. A região desenvolve-se voltada para a exploração dos produtos do sertão (madeiras, resinas, ervas, condimentos e frutos), com utilização do trabalho indígena.

Logo após o Tratado de Madri, de 1750, que deu a Portugal o direito de posse sobre uma vasta área até então pertencente à Espanha, começam a ser construídas novas fortalezas em pontos da fronteira. E para dinamizar a economia regional, estimulando as atividades agrícolas além do extrativismo, é criada em 1755 a Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão.

Nas lutas da Independência do Brasil, o Pará teve papel destacado na derrota das forças portuguesas, mas o abandono no qual fica após a separação cria condições para uma das mais violentas revoltas populares no império, a Cabanagem, que, de 1831 a 1836, envolve boa parte da Amazônia. A região só volta a receber atenção do governo central na segunda metade do século XIX, com a intensificação da extração da borracha. Como principais centros exportadores, Belém e Manaus modernizaram-se, desenvolvendo relações comerciais com os centros da Europa e dos EUA.

No final dos anos 50, a abertura da Rodovia Belém-Brasília inaugurou a política de interiorização do desenvolvimento do Governo Federal. Nos anos 60 e 70, a Superintendência da Amazônia (Sudam) levou para a Amazônia Legal incentivos para que grandes empresas invistam em agropecuária, extração de minerais e madeira. O governo aplicou recursos em estradas, comunicações e usinas hidrelétricas.

Um dos maiores empreendimentos oficiais no Pará, e um dos poucos bem-sucedidos, foi o Projeto Carajás. O minério de ferro extraído da Serra de Carajás é exportado através do Porto de Itaqui, no Maranhão. Outro plano ambicioso foi a construção da Usina de Tucuruí, projetada para fornecer energia para o futuro parque industrial do estado, que ainda não foi implantado, e também para parte da região Nordeste.

INDICADORES DEMOGRÁFICOS E SOCIAIS

*Área (Km²)-1.253.164,5;

*Densidade (hab./km²)-4,34;

*Crescimento Demográfico (% ao ano)-3,87;

*Índice de Desenvolvimento Humano – IDH (0-1)-0,688;

*Analfabetismo (%)-20,99;

*Relevo-Planície amazônica a Norte, depressões e pequenos planaltos;

*Vegetação-Mangues no litoral, campos na Ilha de Marajó, cerrado a Sul e Floresta Amazônica;

*Rios principais-Amazonas, Tapajós, Xingu, Jari, Tocantins, Pará;

*Clima-Equatorial.

INDICADORES ECONÔMICOS

*Participação no PIB (%)-1,32;

*Produtos agrícolas-Mandioca, laranja, arroz, café, cacau, pimenta-do-reino;

*Produtos minerais-Bauxita, calcário, diamante, cassiterita, ferro, gemas, ouro;

*Produtos da pecuária-Bovinos, bufalinos, eqüinos, suínos, ovinos;

*Extrativismo vegetal-Açaí, castanha-do-pará, castanha de caju, palmito, borracha, goma, buriti, pequi;

*Indústria-Extrativa mineral, madeireira, metalúrgica;

*Arrecadação de ICMS (R$ mil)- 634.416.




MAPA DO ESTADO

SÍMBOLOS DO PARÁ


BANDEIRA
Antes mesmo de sua oficialização como símbolo estadual, o Clube Republicano Paraense já fazia uso de tal simbologia; a primeira ocasião foi com a adesão do Pará à República do Brasil, em 16 de novembro de 1889.

Passado algum tempo, mais precisamente em 10 de abril de 1890 o Conselho Municipal acatou a proposição de seu então presidente, Artur Indio do Brasil, fazendo do distintivo do clube a bandeira do município de Belém. Alguns meses depois, o deputado Higino Amanajás propôs que a bandeira já existente se tornasse símbolo do estado; foi aprovado em 3 de junho de 1890.

Segundo o decreto que transformou a bandeira municipal em estadual, sua simbologia continuou a mesma. Seguem o artigo e a simbologia de cada elemento da bandeira.

"Art. 1º - Fica considerada como Bandeira do Estado do Pará a que servia de distintivo ao Clube Republicano Paraense, antes da Proclamação da República, e que em sessão de 10 de abril de 1890 foi adotada como Bandeira do Município."

SIMBOLOGIA:

Faixa branca: representa o Zodíaco e traz a lembrança da linha do Equador, bem como o grande rio amazonas.

Estrela azul: de primeira grandeza, pertencente a constelação de virgem; leva o nome de Spica e simboliza o Pará na linha equatorial e como unidade da federação.

Cor vermelha: representa a força do sangue paraense comprovando a dedicação do povo quando da adesão do Pará à Independência e à República em 15 de agosto de 1823 e 16 de novembro de 1889, respectivamente.

Coube ao republicano Philadelfo Condurú a autoria da bandeira.




BANDEIRA DO ESTADO


BRASÃO DE ARMAS

Foi criado pela Lei nº 912, sancionada pelo governador Augusto Montenegro em 9 de novembro de 1903. Esta mesma lei estabeleceu a "forma" que o escudo de armas teria:

Ao centro o escudo terá a bandeira paraense, sobressaindo a ele, forma-se outro escudo com as extremidades recortadas e fundo róseo. Ambas as cores - vermelho e róseo - retratam as cores republicanas. Acima um ornato espiralado sustenta uma águia guianense pronta a voar, em sinal da altivez, nobreza e realeza do povo local. Atrás da águia, em último plano, um sol nascente se destaca.

Na base do escudo maior dos ramos se cruzam - um de seringueira e outro de cacaueiro - símbolos da riqueza da terra na época. O primeiro acompanha os recortes do escudo (lado esquerdo) e o segundo (a direita) se entrelaça a uma fita amarela alongada para a parte superior do escudo, nesta fita está grafado: "Sub lege progrediamur - Estado do Pará" - inscrição latina que quer dizer: Sob a lei progrediremos.


Os outros dois elementos, a estrela e a faixa branca tem a mesma representatividade que na bandeira.

A organização dos elementos do Brasão de Armas foi feita pelo arquiteto José Carlos Figueiredo - autor do desenho e pelo geógrafo e historiador Henrique Santa Rosa que sugeriu os motivos para sua confecção.




BRASÃO DE ARMAS


HINO

Conforme pesquisas, o hino paraense surgiu antes de 1915 não sendo oficial, e desconhecendo-se ato que o oficializa-se.

Segundo consta dos "Annaes do Colégio Progresso Paraense" esse mesmo hino foi publicado na página 5, e já era cantado pelos alunos do colégio nos idos de 1895.

O mesmo hino passou a ser oficial através da Emenda Constitucional nº 1, de 29 de outubro de 1969 com o nome de "Hino do Pará".

Se, não se sabe ao certo quando surgiu, sabe-se quem foram os seus autores. A letra coube ao intelectual e educador, fundador do colégio paraense Arthur Teódulo Santos Porto. Quanto à música, embora muitos atribuam a autoria a Gama Malcher (prof. de canto do estabelecimento), na verdade foi composta por Nicolino Milano. Assim, Gama Malcher foi o autor da adaptação e do arranjo musical para coral.

Em suma, a letra do hino é um poema de exaltação à beleza natural, a exuberância das matas e flores, rios e heroísmo de seu povo. Complementando com mensagem de otimismo e esperança.

Letra do Hino:

LETRA: ARTHUR PORTO
MÚSICA: NICOLINO MILANO
ADAPTAÇÃO E ARRANJO: GAMA MALCHER

Salve, ó terra de ricas florestas,
Fecundadas ao sol do equador !
Teu destino é viver entre festas,
Do progresso, da paz e do amor!
Salve, ó terra de ricas florestas,
Fecundadas ao sol do equador!
Estribilho

Ó Pará, quanto orgulha ser filho,
De um colosso, tão belo, e tão forte;
Juncaremos de flores teu trilho,
Do Brasil, sentinela do Norte.
E a deixar de manter esse brilho,
Preferimos, mil vezes, a morte!

Salve, ó terra de rios gigantes,
D\"Amazônia, princesa louçã!
Tudo em ti são encantos vibrantes,
Desde a indústria à rudeza pagã,
Salve, ó terra de rios gigantes,
D\"Amazônia, princesa louçã!


VITÓRIA DO XINGU: UM BREVE PERFIL HISTÓRICO

Vitória do Xingu é uma pequena cidade que está localizada na margem direita do rio Tucuruí, a dois quilômetros, aproximadamente, de sua confluência com o rio Xingu.
Latitude:02° 52"48" Sul
Longitude:52° 00"36" Oeste
Altitude: 0 metros

Segundo informações fornecidas por Henri Coudreau e reforçadas pelo historiador altamirense Ubirajara Marques Umbuzeiro, o primeiro branco a por os pés onde hoje está localizado Vitória do Xingu foi o padre Roque Hunderpfund que, em 1750 com a ajuda dos índios xipaias e curuaias, abriu uma trilha para transpor a “Grande Volta” do Xingu, onde fundou, um pouco acima de onde hoje é a cidade de Altamira, a missão Tavaquara, que foi abandonada após a expulsão dos jesuíta do Brasil. Ubirajara Marques Umbuzeiro em “ Altamira e Sua História” e Vânia Maria Meneses de Figueiredo em “Altamira, Latitude e Esperança” informam que em 1868 dois capuchinhos italianos, os freis Ludovico e Carmelo Mazzarino aportaram em Vitória do Xingu, pequeno povoado habitado por seringueiros e com a ajuda dos índios xipaias e curuaias, reabriram as picadas tomadas pela mata que haviam sido feitas por padre Roque, essas picadas faziam a ligação de Vitória com a parte a montante da Volta Grande do Xingu.

Por volta de 1875, no povoado de Vitória, já haviam se instalado alguns comerciantes que viviam da exploração da borracha feita por nordestinos que recebiam aviamento dos comerciantes e embrenhavam-se nas matas para a extração do látex. É nesse clima que o piauiense, Coronel Gaioso pegou a empreitada de construir uma estrada que ligasse Vitória a Altamira com o intuito de ganhar muito dinheiro com o pedágio, pois aplicara muito dinheiro em empreendimentos financeiros e em escravos. Mas, a abolição da escravidão podou seus planos. Em 1891 chegou ao Xingu o fazendeiro baiano Agrário Cavalcante, que também visando a obtenção de lucros, conclui a estrada que ainda faz a ligação de Vitória com Altamira. Nesses relatos podemos observar que a formação dos primeiros habitantes de Vitória do Xingu contou com contingentes nordestinos, índios, negros e caboclos.

Sob o ponto de vista político, Vitória do Xingu passou por vários estágios: Povoado, Distrito de Altamira, Vila e recentemente emancipou-se transformando-se na sede do município de Vitória do Xingu.

Quando Vitória era um pequeno povoado, foi comandada por grandes latifundiários que eram chamados de coronéis. Este período tem vigência de 1870 à 1911, quando Altamira emancipou-se e o último dos coronéis, José Porfírio de Miranda Júnior, perdeu sua hegemonia sobre a região.

No final do século XIX, mas precisamente nos anos de 1883 e 1896 respectivamente, duas expedições estrangeiras percorreram o Xingu, a do naturalista alemão Karl Von den Stein e do cientista francês Henri Coudreau. Henri Coudreau, em seu livro intitulado “Voyage au Xingu”, fez descrições detalhadas das três etapas obrigatórias da estrada. O pesquisador também percorreu a Estrada Pública Cachoeira / Ambé / Altamira.

De acordo com o Decreto de Lei nº 1234, de 6 de novembro de 1911 foi criado o município de Altamira. Vitória passa a ser Distrito de Altamira, tendo seus administradores nomeados pelos prefeitos de Altamira.

De acordo com a Lei Estadual nº 1139 de 11 de maio de 1965, assinado pelo governador do estado em exercício Dr. Edward Catete Pinheiro, Vitória passa a categoria de Vila. Este período marca o maior desenvolvimento econômico de Vitória e, segundo o professor Ubirajara Marques muitas obras públicas foram construídas na vila, tais como escolas, posto médico, um pequeno cais além de serviço de abastecimento de água encanada, um mercado municipal, galpão e trapiche municipais, uma praça, uma quadra esportiva, um posto telefônico da TELEPARÁ, uma creche municipal dentre outros. Isso faz com que Vitória fique “em franca ascensão econômica, [pois] tem recebido todo o apoio das diversas administrações municipais”.

Em 21 de abril de 1991 foi realizado um plebiscito e os vitorienses optaram por sua independência político-administrativa em relação a Altamira. No dia 13 de dezembro do mesmo ano, o governo do Estado: Exmo. Sr. Jader Fontinele Barbalho, publica no Diário Oficial do Estado do Pará a Lei 5701 que criava o município de Vitória do Xingu.

“Art. 1º - Fica criado o município de Vitória do Xingu com área desmembrada dos municípios de Altamira, Senador José Porfírio o Porto de Móz.
Art. 4º - O município de Vitória do Xingu, criado por esta Lei, será instalado no dia 1º de janeiro de 1993 com a posse do prefeito, vice prefeito e vereadores eleitos no pleito municipal de 03 de outubro de 1992”.

Após sua criação Vitória do Xingu passou a ter os seguintes limites: ao norte limite-se com Porto de Móz e Senador José Porfírio, ao sul e a oeste com Altamira e ao leste com Senador José Porfírio.

De acordo com os dados estatísticos do IBGE, o recém criado município de Vitória do Xingu dispõe de uma área de 2971,6 Km² e uma população, de acordo com o censo de 1996, de aproximadamente 12.794 habitantes, haja vista que a grande maioria está localizada na zona rural, num total de 9.536 habitantes, para 3.258 habitantes na zona urbana. Esses dados nos fornece a densidade demográfica do município é de 4,3 habitantes/Km².

Fonte: Monografia do Professor Edson